"As debilidades da Lua", por Sahl Ibn Bishr
Atualizado: 25 de set.
Sahl ibn Bishr foi um astrólogo e matemático a serviço do governador do Khurāsān Ṭāhir ibn al-Ḥusayn al-Aʽwar e que mais tarde serviu al-Ḥasan ibn Sahl e ao governador do califa al-Ma’mūn. Isso implica que ele estava em Bagdá durante o grande programa de pesquisa astronômica patrocinado por al-Ma’mūn e quando o interesse pela astrologia, que havia começado sob al-Manṣūr, atingiu seu ápice.
A astrologia era considerada uma disciplina científica na Idade Média. Naquela altura, os poderes políticos patrocinavam as pesquisas astronômicas que eram consideradas necessárias para a obtenção de previsões astrológicas com uma espécie de "aval da ciência".
O trabalho de Sahl ibn Bishr é um exemplo claro do interesse mostrado na astrologia durante parte do califado de abássida, provavelmente devido à influência persa. Seu tratado sobre interrogatórios (astrologia horária) menciona pelo nome a autoridade de outro astrólogo judeu, Māshā’allāh (falecido c. 200/815–6), tendo sido provado que este último usa o Pentateuco de Dorotheus de Sídon, traduzido de Pahlevi por “Umar ibn Farrukhān al-Ṭabarī" (falecido em 200/ 815-6).
O patrocínio dos governantes abássidas revela que eles estavam profundamente interessados em conhecer o futuro, e Sahl é representante dos astrólogos que trabalhavam nos círculos de poder naquela época. As obras de Sahl foram posteriormente traduzidas para o latim e passaram por uma notável difusão na Europa Ocidental.
A seguir as debilidades da Lua, por Sahl Ibn Bishr:
"As debilidades da Lua e a sua própria má condição, pela qual provoca os detrimentos das coisas, em todas as interrogações e em todas as iniciativas, têm lugar de 10 modos. E o primeiro é quando a Lua está combusta sob os raios do Sol, não tendo ainda ultrapassado os 12 graus antes dele, e similarmente os que lhe ficam depois, mas isto é menos sério.